domingo, 6 de setembro de 2009

Brasil, Galvão Bueno X Argentina


Há coisas que não tem mesmo como explicar. Como o fato de você ter que sair a semana inteira no sol forte, ficar rezando para que o tempo bom se estenda até o domingo pra poder curtir uma praia com os amigos. Ou para poder beber uma cerveja bem gelada sem a preocupação de ficar resfriado no dia seguinte. E quando chega o grande dia o que acontece? Tempo chuvoso em todo estado. Isso não teria problema algum se a chuva não viesse junto com uma gripe. Bem, pelo menos não é a gripe A.

Bem faça chuva ou faça sol à inspiração vem da mesma forma. Não há como evitar aquilo que acontece mais naturalmente que um parto. A dor, fingida, para que as palavras saiam com sentimento não me traz vergonha nenhuma.

Ontem aconteceu o jogo que classificou a seleção brasileira para a copa do mundo. O Brasil ganhou de 3x1. A Argentina demonstrou que tem uma seleção com muitos desfalques e problemas para que possa entrar e disputar uma copa do mundo. Chamou-me a atenção o jogo limpo dentro de campo. Talvez um Brasil e Argentina mais limpo que já vi em meus humildes 22 anos. Galvão Bueno que há anos atrás já exagerava nas suas narrações ainda ontem se empolgou em vários momentos exaltando a seleção brasileira e distribuindo ofensas aos nossos ”hermanos”. Repetindo incansáveis vezes que a Argentina estava acabada, debilitada e se perguntando onde iriam chegar assim. Não estou aqui fazendo uma defesa declarada aos argentinos até porque não tenho motivos para isso, porém esse não é o jeito certo de se fazer jornalismo. Até onde eu sei o narrador tem que se mostrar imparcial em todos os momentos da partida, antes ou depois da mesma. E não foi bem isso que eu vi.

Tudo bem, você pode achar que eles bem que mereceram. Ainda mais após as declarações do próprio Maradona e também do Messi. Mas vale lembrar que durante qualquer espetáculo, assim como no futebol. Cada pessoa que está acompanhando aquele momento tem o seu papel. Nós como torcedores que podemos estar lá assistindo ao vivo a partida nos cabe torcer pelos nossos jogadores. Assim como os torcedores deles. Aos jogadores cabe apenas jogar e tirar fotos no fim da partida, perdendo ou ganhando. E ao narrador somente é seu trabalho se expressar com palavras aquilo que ele está vendo, colocando alguma emoção nos momentos de maior perigo de gol. Isso sem falar na comissão técnica e nos treinadores que tem a maior parte de seu trabalho antes do jogo começar. Parece que um desses personagens não está fazendo dever de casa. Por isso cartão vermelho para Galvão Bueno, que teve seu tempo de glória na época em que narrava jogos de basquete.

Para quem ficou desanimado, já adianto que nem sempre falarei sobre futebol. E quando for falar só irei falar sobre a seleção Brasileira ou sobre o Flamengo, que é meu time de coração. Outros esportes também estarão em destaque.



Um comentário:

Alaina Paisan disse...

"Até onde eu sei o narrador tem que se mostrar imparcial em todos os momentos da partida, antes ou depois da mesma."

Não é bem assim, Marlon. Assim como há, para o músico e para o escritor a licença poética, há para o narrador esportivo, pricipalmente quando se trata de SELEÇÃO, liberdade para a parcialidade. Não fosse assim, o esporte nos impressos deveriam ter as mesmas condições de cobertura que em eleições onde todos os candidatos têm o mesmo espaço. Não gosto da narrativa "Galvão", mas se for só para saber o nome do jogador que fez o passe, os narradores de futebol já teriam sido substituídos por gravações.