quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Mata Fuego


Ainda me é recente a memória auditiva da primeira vez em que ouvi Rock’n Roll. Com doze anos assumi uma postura social. Passava de quinta a domingo indo a shows de graça que a extinta Rádio Cidade promovia. Essa parte da minha adolescência era guiada aos solos de guitarra e na voz rasgada de bandas Grunge. É pessoa, eu também tive banda de garagem. Na minha banda havia quatro integrantes na sua primeira formação: Carlos no vocal que levou no grito certa parte do que durou a banda porque não tinha dinheiro pra comprar um microfone. Fred que já tinha guitarra e tirou numa revista dessas de cifra todas as musicas da Legião Urbana. No baixo o André que conseguia emprestado o baixo da banda da igreja, já que tocava lá duas vezes por semana (e no resto da semana bebia o Sangue de Cristo com a galera). E finalmente eu. Confesso que a principio também não tinha bateria, mas consegui improvisar uma com algumas latas. Os “ensaios” rolavam na garagem da minha casa. Obviamente isso nunca teria dado certo, mais vou dar-lhes o motivo.
Aconteciam divergências até na hora de escolher a posição pra tocar. O lugar do ensaio era bem pequeno. Mesmo fazíamos questão de chamar qualquer pessoa que gostasse o mínimo rock. Não demorou muito pra virar festa. Nosso querido guitarrista era o que tinha mais problemas com isso, achou que era famoso mesmo antes de ser. Carlos, nosso Ed Vedder da Zona Norte, só pôde usar seu microfone e fazer suas firulas somente por três ensaios antes que a banda acabasse. Antes disso era ele ou eu, pois com barulho da bateria não há voz no mundo que possa competir. Enquanto que o André não tinha noção da altura que ele devia deixar seu instrumento e quando ninguém estava olhando aumentava sutilmente o volume do baixo.
Sim leitor meu, acreditam que devo apontar meu erro? Confesso que gostava escrever algumas musicas pra banda e não aceitava criticas sobre elas. Hoje entendo isso como timidez. Quando aprendi a ouvir, aprendi a fazer poesia. Claro que conheci muitas outras bandas com o tempo. Há! E eu era um bom baterista, todas as cinco músicas que tocávamos tinham o mesmo andamento. O nome da banda era Mata Fuego, significa extintor de incêndio em espanhol. Compartilho com vocês a experiência que vivi.

Marlon Chapeleiro

2 comentários:

A Parcial disse...

parabéns pelo blog. muito bom!

Edson Gama disse...

eu também fiz parte hehehehe abração cara!