terça-feira, 10 de setembro de 2013

Hay Kay


Na porta da vida
Encontrei a morte
Muito bem vestida

sábado, 17 de agosto de 2013

Morver-te depressa

Mover-te animal
Mover-te depressa
Depois do café
Veremos a água que atravessa
ou o gelo caindo
Não posso te carregar na costas
Moldado na pedras,
no lombo dos bichos
Precisa aprender mais sobre mim,
Sobre meu trabalho e meu viver
Irmãos e Hermanos
Precisam se entender

sábado, 10 de agosto de 2013

O Normal

Resquícios de guerras
Cronicas com temas do passado
É fácil falar do erro do outro
Que errou faz muito tempo
Flores mortas, telhados quebrados
Um império completo feito em ruínas
Com a chegada da pólvora
Tudo mudou
Ver o belo no que foi triste
Ver que o esforço não valeu de nada
O tempo destrói muros e calçadas
Que seus filhos não poderão desfrutar
Mas seu povo ainda existe
Está em cada movimento
Cada fio de cabelo
Cada força de vontade
E no modo de pensar
Reconheço tuas cores
e o que se construiu
Não se muda o passado
Traz-se a tona a verdade
Para que de toda a parte
Vejam o povo do Brasil


domingo, 4 de agosto de 2013

Decima

É azul, é branco, é mar
Embaixo azul, encima branco  
Vejo o mar, e o céu
O branco eu sei que é nuvem
O azul nem sempre é mar
Pode ser céu
Acima do azul e do branco
É mais escuro
Será mar ou céu?
Não importa
É azul, é céu, é mar



terça-feira, 25 de junho de 2013

País do desigual

Nós somos vagabundos
E não estamos do lado de vocês
Jogando na fogueira pistola e capacete
Concreto é um pensamento e cada vez
Levante um cartaz com um dizer e amor e humor
Que eles não vão achar graça
E diz ser por pouco
Mas seu pouco é muito
É tudo que eu preciso
Enquanto um carro pega fogo
O calor derrete sua mascara que ri
A bola rola no país do Carnaval
E sua cabeça no país do desigual
Sem vaga, sem aula,
Sem sangue ou exame




quinta-feira, 20 de junho de 2013

Folia de Reis

Todos os anjos vão cantar
Pula um palhaço mascarado
Que é pro povo se alegrar

De longe eu to te ouvindo
Meu surdo bem marcado
A caixa recortando
E os metais bem sincopados
Vem vindo a grande roda
Com palhaços mascarados

Alegra aquele povo que busca a alegria
O mestre grita forte te chamando para folia
Chuva de moedas reflete o brilho da lua
E o barulho da bomba entra fora do compasso
Enquanto um avô sorri encantado

E os palhaços do universo giram como se fossem planetas

Todos os anjos vão cantar
Palhaços mascarados saem da boca da gara... pá
O meu céu tem uma estrela
O povo vai se alegrar

Guardo as sementes de cultura
Que meu país deixou de exaltar



segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Vila

A costa aberta e um
porto de farol aceso
Estou seguro e
o mar é um tapete
O sino toca e
a água agora é verde
Te jogo as cordas e
vou me atracar
Na cruz da igreja uma
coruja está acesa
E na areia granulada
vou pisar
A agua é quente e
espuma tem sabor
Venta mais forte e
o céu muda de cor



quarta-feira, 29 de maio de 2013

Escolhidas

Não quero a riqueza
Quero deixar os pratos limpos
Morrer tranquilo
Ganhei muitas batalhas e fui derrotado como homem comum
Sinto o cheiro de pólvora da bala que me atravessou.
Envelheci de pé, com o peso do mundo
E valeu estar aqui
Cada gota caída no chão
Cada extremo usado
Para que no final
Eu possa escolher fazer tudo de novo



segunda-feira, 13 de maio de 2013

Regeneração: Um meio

Regeneração: Um meio

Um meio



Morena, vem pra mim de novo
Que a voz já me falta a garganta


No peito/escondido / trago
A vontade de você

No fundo do copo reluz a imagem do seu olho
E dentro do olho os planetas a girar
Enquanto eu me escondo confuso
Atraz de um sorriso
Na verdade na fresta do acaso
Busco um meio de te amar


sábado, 11 de maio de 2013

De serpente



Eu ando maltratado e quase mudo
E só me encontro em baixo dos lençóis
Eu to desconfiado desse mundo
Novela que não acaba para nós

No gesto disfarçado de cigano
O jeito inconsciente a seduzir
No seu cabelo o fogo dos desejos
E a brasa queima a pele de saudade


Não vou com amigos velho me ausentar
Pois cada passo dado ao seu encontro
São dois que você usa pra afastar

Marlon Chapeleiro