sexta-feira, 19 de setembro de 2008


Elegia ao suor


Eu chego, me calo

Deito-me na cama

Esvazio a cabeça

Você passa do lado fingindo indiferença e entendendo o que passo

Preparou o conjunto de peças de roupas pra desafiar o meu olhar:

Sempre perco

Num ato sem culpa

agarro tuas coxas, te faço boneca, te jogo pro alto como trapezista de circo.

Procuro teu seio buscando a energia que perdi durante o dia

Vejo a gota de suor que escorre da tua testa que desce o pescoço

Procuro tua boca nervosa onde vaza a saudade de um dia inteiro sem se ver

A língua percorre espaços que são sempre novos diante de um homem afoito como eu

Esqueço da briga passada que eu havia prometido a mim mesmo pedir desculpas

Depois que tudo termina permaneço quieto te cheirando sentindo calor

Escuto teus últimos sussurros de amor

Te olho novamente com olhos quietos felizes

A verdade é que não te perco nunca

A verdade é que não dá pra dizer

A verdade é que já sei como

Nem sempre precisamos

Nos falar ou calar

A verdade é que

AMO-TE

vero

2 comentários:

Unknown disse...

Cara muito 10 esse poema.
É seu?

Unknown disse...

Apesar de ainda me "corar a face" quando leio este poema, posso dizer com autoridade que entendo perfeitamente o que diz...AMO-TE...SEMPRE
ps: E a título de crítica literária, este é um dos seus melhores meu amor, mas publique também os outros.
Ósculos faciais e labiais